Você fez a ligação de casa direitinho…estudou o mercado, preparou o business plan, sabe que as chances para se dar bem são grandes e está considerando diversos nomes que eventualmente podem te ajudar nessa empreitada.
Depois de muito pensar no assunto resolveu convidar um amigo de infância para entrar de cabeça nessa empreitada.
Obviamente, se o amigo de infância estiver junto nessa para contribuir, fazendo com que a nova empresa se desenvolva e conquiste um lugar ao sol, sem nenhum problema.
O grande X da questão é quando trazemos para a futura empresa pessoas que dificilmente vão conseguir agregar aos negócios, quer porque não tem nenhuma familiaridade com aquela área, quer porque foram colocadas nessa situação apenas para quebrar um galho ou dar uma força nesse primeiro momento.
Neste caso, a empresa já nasce com o pé esquerdo.
A boa sociedade funciona bem quando:
– Os perfis de seus sócios se complementam;
– Cada qual sabe muito bem quais são suas responsabilidades e onde aperta o calo;
– As grandes decisões são tomadas pelo consenso e todos tem a oportunidade de defender seus pontos de vista;
– Os sócios trabalham com vistas ao sucesso da empresa e do negócio em si.
Além disso, desnecessário dizer que qualquer negócio tem um tempo de maturação para que ele inclusive possa se tornar lucrativo e gerar dividendos aos seus sócios.
Muitos acham que a empresa vai começar a bombar logo nas primeiras semanas e em pouquíssimo tempo já terá direito a uma bela retirada mensal.
Bobagem…isso não acontece na vida real. Leva um bom tempo para que o empreendimento chegue nesse nível, o que muitas vezes acaba gerando algum estresse entre os sócios e eventualmente desentendimentos.
É necessário alinhar corretamente as expectativas para que lá na frente ninguém diga que não foi avisado. Já tomei conhecimento de situações onde o sócio decidiu voltar para seu antigo emprego porque o negócio que ele decidiu entrar ainda não estava performando legal no terceiro mês de atividade.
Além disso, a menos que você tenha perfil de sócio investidor, onde apenas entrará com a grana, mas não participará do dia a dia da empresa, sociedade requer dedicação, ou seja, prepare-se para trabalhar muito, em jornadas realmente longas, inclusive em alguns finais de semana.
O sucesso de qualquer empreendimento depende da escolha das pessoas certas, em especial no que se refere àquelas que caminharão juntas ao seu lado.
Ainda fazendo tudo isso e tomando todos os cuidados necessários os problemas e os conflitos muitas vezes surgem…que dirá se escolhermos alguém somente para constar no contrato social da empresa!
Pense nisso…comece seu negócio com o pé direito, e não criando um problema para o futuro.
Em tempo: não abordamos aqui os aspectos e intercorrências jurídicas que a constituição de uma sociedade traz, principalmente em termos de obrigações, riscos e problemas que podem surgir. Esse assunto por si só já dá um novo post.
Carlos Afonso
Idealizador do Blog Virei Empreendedor…e agora?
